Conheça

Somos a Rede Latinoamericana de Antropologia Feminista da Ciência e da Tecnologia, uma coletiva formada por pesquisadoras, ativistas e profissionais latinoamericanas comprometidas com a difusão de perspectivas feministas e interseccionais. Nossa rede é um espaço de acolhimento, troca de saberes e articulação entre academia, movimentos sociais e outras áreas do conhecimento. Estamos engajadas nos estudos das ciências e tecnologia a partir de uma perspectiva parcial, situada, interseccional, ética, e responsável, com foco na promoção de justiça social, equidade de gênero e luta contra opressões estruturais. Temos como princípios a criatividade, o afeto e o cuidado, cultivando teorias e ações feministas críticas que sejam transinclusivas, antirracistas, decoloniais, anticapacitistas, antiLGBTQIAPN+fobia e anticapitalistas.

A rede começou a ser gestada em 2023, em reuniões na XIV Reunião de Antropologia do Mercosul (RAM) e na IX Reunião de Antropologia da Ciência e Tecnologia (ReACT). O desejo por articular a rede está enraizado no fato de que nosso campo de atuação na América Latina é muito masculino e hostil, apesar das produções feministas e das produções de mulheres serem fundamentais para as bases deste campo. Entendemos que a academia como um todo ainda é muito nociva para algumas pesquisadoras e para alguns temas de pesquisa. Reconhecemos também que a heterocisnormatividade hegemônica da antropologia brasileira limita a sua criatividade. Somos muitas, diversas e atuamos de diferentes maneiras. Nos articular em rede é essencial para criar pontes entre as resistências feministas dentro e fora da academia, criando um lugar onde possamos denunciar e combater as várias formas de opressão, como o sexismo, racismo, LGBTQIAPN+fobia e outras. Atuamos para que as vozes, pesquisas e experiências de mulheres e pessoas dissidentes de gênero, especialmente aquelas em condições marginalizadas, possam ser evocadas,  ouvidas e respeitadas. Nossas ações são um passo importante para transformar o campo acadêmico e científico, tornando-o mais inclusivo e comprometido com a equidade.

Nossos objetivos são:

  • Criar espaços de diálogo, de acolhimento e de fortalecimento dos laços entre feministas, pesquisadoras, movimentos sociais e sociedade civil;
  • Divulgar produções científicas e ativistas sobre ciência, tecnologia e feminismos, a partir da América Latina;
  • Articular políticas públicas como a Lei Micaela (da Argentina);
  • Mapear o campo latinoamericano de atuação feminista em ciência e tecnologia;
  • Acolher e apoiar integrantes em suas trajetórias acadêmicas;
  • Impulsionar a pesquisa sobre ciências e tecnologias nas ciências sociais feita por dissidências;
  • Criar condições de participação no debate público;
  • Aliar pesquisa à comunicação e divulgação científica;
  • Participar nos debates sobre mudanças climáticas e novas ecologias;
  • Estimular produção crítica sobre ciência e tecnologia, pesquisa engajada e  ciência corporificada, com luta e afeto. 

A rede atua promovendo espaços de conversação e acolhimento, organizando eventos, rodas de conversa e seminários, além de fortalecer a produção e circulação de conhecimentos feministas. Desejamos continuar a ampliar nossa rede, fortalecer nossos laços com movimentos sociais feministas e outras áreas de atuação, consolidando nossa presença em espaços estratégicos de tomada de decisão, tanto na academia quanto fora dela. Almejamos também promover mais eventos, publicações, articulações, e disciplinas em PPGs e graduação sobre os temas discutidos e as teorias que embasam o STS feministas. Pretendemos influenciar políticas públicas e transformar o campo da ciência e tecnologia em um ambiente mais acolhedor e inclusivo. Acreditamos no florescimento de ciências feministas. 

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