No segundo semestre de 2025 teremos uma série de eventos acadêmicos que interessam ao nosso campo, como a RAM (04 a 08 de Agosto, UFBA, Salvador, BA), a ESOCITE.BR (17 a 19 de setembro, UFPA, Belém, PA), a REaCT (6 a 10 de outubro, UERJ, Rio de Janeiro, RJ), e a ANPOCS (15 a 24 de outubro, UNICAMP, Campinas, SP). A ESOCITE e a ANPOCS estão com inscrições abertas para apresentação de trabalhos. Confira abaixo os GTs coordenados por pesquisadoras da RAFeCT.
ESOCITE.BR, inscrição pelo site do encontro até dia 23/06
GT02 – A Indissocialidade Entre Ensino, Pesquisa e Extensão: desafios e experiências na Amazônia
Coordenadoras: Lana Claudia Macedo da Silva (Universidade do Estado do Pará), Rachel de Oliveira Abreu (UEPA), Daniela Tonelli Manica (Labjor / Unicamp)
O Objetivo deste Grupo Temático é fomentar discussões e arregimentar estudos, teóricos e/ou empíricos, que versem sobre propostas pautadas nas aproximações e interfaces entre o fazer pedagógico, o científico e práticas extensionistas, estimulando a apresentação de experiências em andamento ou finalizadas. Desde a década de 1960, a indissociabilidade dessas atividades constitui-se tema de destaque a partir da organização dos movimentos estudantis, passando pela reorganização dos movimentos sociais dos anos de 1970. Como resultado da luta de professores, estudantes e setores progressistas da sociedade civil, a extensão foi incluída dentre as demais atividades-fim das universidades no artigo 207 da Constituição Federal de 1988. O PIBID, enquanto programa de formação inicial de professores, deve ser concebido de forma a incluir não apenas práticas pedagógicas, mas também reflexões teóricas que dialoguem com a pesquisa acadêmica e com as necessidades das comunidades atendidas, para assim alcançar de fato a extensão, que muitas vezes é vista erroneamente como uma atividade secundária em relação ao ensino e à pesquisa. São bem vindos trabalhos nas áreas da antropologia, sociologia e educação acerca do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), Estágio curricular e Extensão Universitária, que apresentem os desafios enfrentados, problematizem e sistematizem as experiências desenvolvidas. Privilegiamos trabalhos que discutam os principais desafios enfrentados nas experiências de curricularização da extensão e de implementação desse preceito constitucional, como por exemplo: a dificuldade em integrar efetivamente ensino, pesquisa e extensão de maneira que cada um desses elementos complemente e fortaleça os outros; as experiências de levar a teoria para a prática, desenvolvendo projetos de pesquisa que respondam a demandas sociais concretas; dificuldades e problemas no envolvimento de alunos e professores em projetos de extensão como campo de pesquisa e de formação docente; violências e preconceitos enfrentados por bolsistas e pesquisadores em suas experiências de diálogo entre o conhecimento acadêmico e suas ações para fora da universidade.
GT12 – Estudos para a internet: teoria, métodos e ética
Coordenadoras e debatedoras: Carolina Parreiras (USP), Lorena Mochel (UFRRJ)
Este GT tem como objetivo promover, a partir de uma visão interdisciplinar, a intersecção entre o campo dos estudos para a internet (Hine, 2015) e dos estudos de ciência, tecnologia e sociedade, buscando trabalhos que se proponham a discutir questões em torno da internet e dos processos de digitalização. Neste sentido, parte de uma perspectiva sociotécnica, com interesse tanto nos usos da internet e das tecnologias digitais quanto nos modos de desenvolvimento destas tecnologias, em suas bases técnicas. Assim, em um momento em que muito se fala sobre plataformização e datificação da vida, este GT propõe uma visão crítica que busca entendimentos mais detidos destes processos, especialmente a partir de um olhar sensível aos contextos políticos e econômicos mais amplos. Do mesmo modo, está interessado tanto em trabalhos que tragam discussões baseadas em pesquisas empíricas quanto em reflexões teóricas e metodológicas – etnografia, mixed methods, métodos digitais, web scraping, mining etc – mais gerais.
A partir de análises sobre usos cotidianos do digital, interessa-nos combinações com abordagens socioantropológicas que envolvam um olhar para diferenças raciais, de gênero, classe e outros marcadores sociais que moldam esses usos. O GT busca, ainda, promover diálogos com pesquisas atentas às questões éticas que envolvem a circulação de imagens e sons digitais no trabalho de campo, considerando riscos e contingências envolvidas na posicionalidade de quem pesquisa. Consideramos bem-vindas contribuições sobre estratégias de enfrentamento às desigualdades sociais, cujas abordagens conjuntas sobre violências ocasionadas por performances algorítmicas que movimentam políticas excludentes nas redes possam ampliar olhares sobre reconfigurações da intimidade, da memória e dos projetos de futuro na vida plataformizada.
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ANPOCS, inscrições pelo site do encontro até dia 24/06
Coordenadoras: Lara Roberta Rodrigues Facioli (UFPR), Carolina Parreiras (Universidade de São Paulo)
Este GT fomenta reflexões sobre os desafios da pesquisa social envolvendo mídias e plataformas digitais, no campo das Ciências Sociais. Propomos discutir as implicações teórico-metodológicas do trabalho com dados digitais, incluindo possibilidades de investigação com uso de big data, etnografia digital, observações em rede, análise de redes e técnicas mistas, digital methods, além dos dilemas éticos envolvidos em pesquisas em/com ambientes digitais, tais como privacidade, consentimento e vigilância. Outro eixo é o exame das dinâmicas socioculturais mediadas pelas tecnologias digitais, como a formação de comunidades online, movimentos sociais digitais, disseminação de desinformação, plataformização e datificação e o impacto de ferramentas de inteligência artificial na produção e circulação de conteúdo. O GT também visa debater as desigualdades no ambiente digital, exclusão algorítmica, discurso de ódio e assimetrias de acesso, articulando perspectivas da Antropologia, da Sociologia e de áreas afins. Ao fomentar este diálogo, pretendemos consolidar redes de colaboração e refletir sobre abordagens teórico-metodológicas inovadoras para o estudo das mídias e plataformas digitais.